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saúde pública
Alcoolismo vai além da doença e impacta sociedade e economia
publicado em 6 jun 2024
O alcoolismo é uma das principais causas de morte evitáveis no mundo. É um comportamento persistente que produz danos à saúde física, mental e social. E que impacta toda a sociedade.
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O álcool no trânsito, por exemplo. No Brasil, mata 1,2 brasileiro por hora, revela dossiê do Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool). O documento aponta 10.887 mortes por causa da mistura de álcool com direção em 2021. 85% eram homens. E a faixa etária com mais óbitos é entre 18 e 34 anos.
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O alcoolismo é também a principal causa de afastamento do trabalho por uso de drogas. E está em alta. Segundo o Ministério da Previdência Social, o número de trabalhadores afastados por causa da dependência de álcool cresceu 35% ano passado. Dados que impactam a produtividade e desequilibram a estrutura de famílias inteiras.
Acidentes de trânsito e afastamento do trabalho são dois indicadores do custo do alcoolismo para a economia.
Não há dados precisos, mas a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que os custos econômicos e sociais do consumo de álcool com a perda de produtividade e despesas com saúde podem exceder em alguns países 1% do PIB, o Produto Interno Bruto. No Brasil, são mais de R$ 100 bilhões com base no PIB de 2023: R$ 10,9 trilhões.
Mas o que é beber álcool sem controle? A OMS classifica abuso a ingestão de mais de sete doses por semana por mulheres e mais de 14 por homens. “As consequências do beber constante não aparecem de um dia para o outro. É um hábito que evolui para um padrão de quantidade e por um tempo de consumo cada vez maiores”, diz o psiquiatra Paulo Roberto Pacheco no vídeo desta reportagem.
Dossiê do Centro de Informações sobre Saúde do Álcool revela que a maioria dos brasileiros que consomem álcool não percebe o padrão. Os dados apontam que 27% dos brasileiros bebem de forma moderada e 17% são abusivos. Mas 75% dos consumidores que abusam acreditam que são consumidores moderados.
O S D A N O S D O Á L C O O L
No curto prazo
É possível perceber em alguns casos agressão e violência. Aumenta a impulsividade e cai a capacidade de controle do comportamento.
No médio prazo
Podem aparecer doenças no fígado como cirrose e hepatite. Também doenças cardiovasculares: hipertensão, infarto e AVC. Aumenta o risco de diversos tipos de câncer, como de boca, faringe e fígado. Outro dano é a depressão e a ansiedade. O álcool em excesso pode agravar quadros preexistentes ou desenvolver novos transtornos mentais.
No longo prazo
Pode provocar deterioração cognitiva, com perda de memória, dificuldade de concentração e demência. Ainda alterações na coordenação motora. São tremores, fraqueza muscular e dificuldade de caminhar. Os danos nos ossos incluem a osteoporose e o aumento do risco de fraturas. Também impotência, infertilidade e aborto espontâneo.
O Á L C O O L E O S J O V E N S
Confira números
No Brasil, 55,6% dos adolescentes de 18 a 24 anos já consumiram álcool. Desses, 24,5% se embriagaram pelo menos uma vez no último ano e 7,5% bebem de forma abusiva.
No mundo, o consumo de álcool por adolescentes causa 5% das mortes e 10% dos casos de deficiência. Estima-se que 25% das lesões por acidentes de trânsito, afogamentos e homicídios entre jovens estão relacionados ao álcool.
Fontes: Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde e Centro de Informações sobre Saúde Alcoólica
R E C O N H E C E R E C O M B A T E R
Sintomas, tratamento e prevenção
SINTOMAS
Podem ser sutis no início, mas se intensificam com o tempo. Fique atento aos sinais:
Perda de controle Dificuldade em parar de beber ou em controlar a quantidade de álcool ingerida.
Preocupação Pensamentos constantes sobre bebida, mesmo quando não se está bebendo.
Esconder o consumo Tentar manter o uso de álcool em segredo da família e amigos.
Negação Negar o problema ou minimizar seus efeitos.
TRATAMENTO
Geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que aborda tanto os aspectos físicos quanto os psicológicos da dependência. Inclui terapia individual ou em grupo, grupos de apoio, medicação, tratamento médico e psiquiátrico.
PREVENÇÃO
O conhecimento e a educação são fundamentais. Informe-se sobre os riscos do consumo abusivo de álcool. Outro ponto importante é o diálogo tanto na família quanto com amigos. E tenha um estilo de vida saudável. O exercício físico regular a uma dieta equilibrada são barreiras poderosas contra qualquer tipo de vício.
Fontes: Ministério da Saúde, Centro de Informações sobre Saúde Alcoólica e Alcoólicos Anônimos
